A Sanga Da Vizinha

Tem baile lá na Tia Marica, gurizada, vamo atropelar, hein!
 Sou vizinho da Marica, da qual sou grande amigaço
 E ela tem salão de baile, mas o dinheiro anda escasso
 Dia de baile vem chuva, tem a sanga e não dá passo
 E todos os convidados são morador do outro lado
 E os baile viram o fracasso
 É, ali pelo interior de Canguçu, de Piratini, por ali
 Eu falei pra minha vizinha: se a senhora não repara
 Eu vou voltar qualquer dia com um corrimão de taquara
 E uma vara de eucalipto sobre as sangas de águas claras
 E eu chegar, seus convidados, eu já fico encarregado
 De passar todos na vara
 Tô aí pra dar uma mãozinha, né, tchê!
 Quando eu lhe fiz a proposta, sorrindo ela me dizia
 Que se eu botasse a pinguela, muito bem me pagaria
 E ali fizemos negócio, e eu vi que ela em mim confia
 E eu só confio nela, por isso o negócio dela
 Tá crescendo dia a dia
 ♪
 E assim nos dias de baile, o meu emprego é ali
 Certa vez, uma gorducha foi passar, tive que rir
 E levou baita de um susto quando a vara deu de si
 Me pediu em desespero que lhe passasse ligeiro
 Antes da vara cair
 ♪
 Quando minha pinguela cresceu o negócio da mariquinha
 Porque a sanga não ataca, e vem mais gente do que vinha
 Por isso dia de baile, sábado de tardezinha
 De chegar gente não para, depois que eu botei a vara
 Na sanga da minha vizinha