Tordilho Negro

Dum sucesso!
 ♪
 Correu notícia de um gaúcho
 Lá na estância do paredão
 Tinha um cavalo tordilho negro
 Foi mal domado, ficou redomão
 Este gaúcho dono do pingo (era eu)
 Desafiava qualquer peão
 Dava o tordilho negro de presente
 Pra quem montasse sem cair no chão
 Eu fui criado na lida de campo
 Não acredito em assombração
 Fui na estância topar o desafio
 Correu o boato na população
 Vai de novo, companheiro
 Era um domingo, clareava o dia
 Puxei o pingo e o povo reuniu
 Joguei os trastes no lombo do taura
 Murchou a orelha, tive um arrepio
 Botei a ponta da bota no estribo
 Algum gaiato por perto sorriu
 Ainda disseram comigo eram oito
 Que boleou a perna, montou e caiu
 Saltei pro lombo e gritei pro povo
 Este será o último desafio
 Tordilho negro berrava na espora
 Por 20 horas, ninguém mais nos viu
 Dá-lhe, companheiro
 Tô gostando do floreio
 Mais de uma légua, o pingo corcoveou
 Manchou de sangue a espora prateada
 Anoiteceu o povo pelo campo
 Procurando o morto pela invernada
 Compraram vela, fizeram o caixão
 A minha alma estava encomendada
 À meia-noite, mais de mil pessoas
 Deixaram da busca, desacorçoadas
 Dali a pouco, ouviram o tropel
 Olharam o campo, noite enluarada
 Eu vinha vindo no tordilho negro
 Feliz, saboreando a marcha troteada
 Ei tchê
 Oh, cuiudo veio'
 ♪
 Boleei a perna na frente do povo
 Deixei a rédea arrastar no capim
 Banhado em suor o tordilho negro
 Ficou pastando ao redor de mim
 Tinha uma prenda no meio do povo
 Muito gaúcha, eu falei assim
 Venha provar a marcha do tordilho
 Faça o favor, monte no selim
 Andou no pingo mais de meia hora
 Deu-me uma rosa lá do seu jardim
 Levei pra casa o meu tordilho negro
 É mais uma história que chega no fim
 E aí meu amigo, Kiko? (Fala, Toquinho)
 Sempre no show d'Os Serranos nós convidamos
 Essa gente bonita pra cantar conosco
 É verdade
 E hoje não vai ser diferente
 Com certeza
 Convide-os, por favor
 Dá pra mim
 Na primeira estrofe, todo mundo canta
 Com Os Serranos aí, vamo ver
 Sem ensaio, que vai sair bonito já
 Vai!
 Correu notícia de um gaúcho
 (Lá na estância do paredão)
 Tinha um cavalo tordilho negro
 (Foi mal domado, ficou redomão)
 Este gaúcho dono do pingo
 (Desafiava qualquer peão)
 Dava o tordilho negro de presente
 (Pra quem montasse sem cair no chão)
 Eu fui criado na lida de campo
 (Não acredito em assombração)
 Fui na estância topar o desafio
 (Correu o boato na população) maravilha, ê!
 Bonito, bonito, bonito
 Tu tinhas razão, companheiro
 Obrigado
 Obrigado